Estratégia antes da Estética

Há algumas semanas, a INNGAGE recebeu um prémio na Samsung Mobile Design Competition na categoria Next Mobile + com o Star of Galaxy, um suporte robótico que torna qualquer dispositivo Samsung Galaxy num assistente virtual inteligente, devido à sua integração com a Bixby. Esta é a história por detrás do produto. Uma conversa entre a Dezeen e a INNGAGE.

(Dezeen) Descrevam o vosso design numa ou duas frases.

(INNGAGE) Um produto que reflete a integração entre o software e o hardware, dando aos utilizadores a liberdade criativa para se tornarem a estrela da sua experiência.

O que vos fez participar na competição?

Em primeiro lugar, a ideia de trabalhar com a Samsung que representa uma grande oportunidade para nós. Em segundo lugar, a nossa paixão pelos produtos para consumidores e as soluções tecnológicas. E claro, ser uma competição global organizada em parceria com a Dezeen, o que poderá trazer uma maior exposição.

Qual foi a inspiração do vosso design?

A inspiração por detrás do Star of Galaxy veio de uma tendência bem conhecida: robótica colaborativa. O nosso objetivo era criar um acessório que acrescentasse valor à gama de produtos Galaxy e que possibilitasse a integração com o software existente da Samsung. Por isso, desenhamos um dispositivo que se torna um assistente pessoal do utilizador através da robótica colaborativa e de um cérebro chamado Bixby.

Através do Bixby, o Star of Galaxy transforma-se em muito mais do que um suporte que acompanha o utilizador, torna-se num verdadeiro assistente pessoal que colabora em tudo o que for preciso. O design deste suporte corresponde aos princípios da robótica colaborativa. Os braços articulados permitem total rotação e inclinação e capturam tudo através das câmaras frontal e traseira dos dispositivos Galaxy. A capacidade de girar e inclinar em todas as direções, o reconhecimento vocal do Star, aliadas à integração de software, representam um salto no mercado.

Por isso, desenhamos um dispositivo que se torna um assistente pessoal do utilizador através da robótica colaborativa e de um cérebro chamado Bixby.

O que influenciou as vossas escolhas estéticas?

Em termos de estética, analisámos a linguagem visual da Samsung e desenhámos um dispositivo que correspondesse ao portfólio existente da marca.

As arestas suaves, o contraste entre cores e materiais, a aparência amigável, mas tecnológica, tentam comunicar o posicionamento da Samsung. Quisemos evitar o look techie que a maior parte dos produtos têm, portanto, decidimos avançar com uma mistura entre plástico e têxtil, procurando tornar o produto o mais doméstico possível. Alguns dos produtos Samsung como o Galaxy S10, Dex, o carregador wireless Duo Pad ou o sistema Multiroom 360 R1, foram referências importantes em termos de cor, acabamento e materiais.

Que tendências ou tecnologias emergentes foram utilizadas no design?

Em primeiro, a noção de robótica colaborativa. A ideia de que os robôs conseguem colaborar com os humanos e por isso, não é expectável que façam tudo sozinhos. Esta abordagem torna a coexistência entre os humanos e os robôs mais amigável. Em segundo, a tendência dos assistentes virtuais inteligentes e a inteligência artificial.  Integrámos a Bixby, o assistente virtual pessoal com a qual a Samsung trabalha,  no nosso produto, usando o reconhecimento facial e de voz como principal interface de interação entre o utilizador e o produto.

Para quem é este produto?

Concebido para um público “tech-savvy” e mestres da arte da auto-expressão, ambos em busca de reconhecimento e liberdade criativa. Eles adoram o potencial da imagem e reconhecem nas câmaras Samsung um aliado da sua identidade. O Star fala com a sua audiência, proporcionando-lhes oportunidades inovadoras e únicas.

Como descreveriam a filosofia do vosso design ou abordagem?

Quando concebemos algo, temos sempre em mente três coisas: Pessoas, Indústria e Mercado. O nosso compromisso é desenhar experiências de produto que façam sentido, com foco nos utilizadores, em quem produz e no mercado onde o produto irá competir. Para esta competição, a nossa abordagem não foi diferente. Desenhámos um produto que melhora a experiência diária das pessoas. No caso específico do Star, permite captar e partilhar momentos ou ideias de novas formas, sem deixar de ser um produto fazível em termos de produção. A forma e os materiais foram escolhidos para permitir que a produção seja rápida caso necessário. No âmbito do mercado, a nossa abordagem corroborou com o objetivo traçado de desenhar um acessório que se enquadre com o portfólio e estratégia da Samsung, acrescentando valor a produtos diferentes e já existentes da marca.

O nosso compromisso é desenhar experiências de produto que façam sentido, com foco nos utilizadores, em quem produz e no mercado onde o produto irá competir.

Descrevam o processo de design utilizado na concepção do produto.

A pesquisa foi dividida em dois processos. Um deles para todos os insights que conseguimos recolher da Samsung enquanto marca, para perceber qual a visão de futuro da marca. O outro para as tendências e hábitos do consumidor relativamente à forma de interação com os seus smartphones, tablets e smartwatches.

Depois de entendermos a visão da Samsung enquanto criadora de ferramentas que encorajam os consumidores a serem mais criativos, a questão passou a ser: como é que criamos um novo acessório que encoraje a liberdade criativa do consumidor, usando o seu próprio dispositivo? Depois disso, o Star foi pensado para ser um suporte robótico para os equipamentos Samsung Galaxy que promova novas experiências e funcionalidades. Uma estrutura articulada que segue e presta assistência ao utilizador via reconhecimento facial e de voz, através da combinação com a Bixby.

Uma vez identificada a oportunidade, começámos por prototipar o conceito de uma forma rápida para validar todas as questões mecânicas do sistema e também para assegurar que se enquadrava com os equipamentos da família Galaxy. Depois disso, desenhámos diferentes soluções e testámos diferentes combinações de materiais, tendo sempre em conta os equipamentos existentes da família Galaxy como referência. Com a parte mecânica validada e a forma definida, começámos o processo de CAD e de renderização, apoiado pela narrativa que promove uma forma assertiva de explicar o conceito.

Quais são os vossos próximos projetos?

Na INNGAGE trabalhamos em diferentes campos de atuação, desde estratégia de marca e portfólio até desenvolvimento de produto, da necessidade ao mercado. Neste momento estamos a desenvolver uma gama de novos produtos e estratégias para packaging sustentável. Para além disso, temos uma presença constante na área das proteções e acessórios de motociclismo (para motocross e enduro) para a segurança dos pilotos. Num futuro próximo, queremos trabalhar na área das energias renováveis e abraçar mais projetos na área da sustentabilidade, sendo sempre fiéis à nossa abordagem: desenhar experiências de produto que façam sentido.