O futuro é limpo, uma e outra vez.

A INNGAGE abraçou o desafio de revolucionar o futuro dos detergentes ecológicos ao trabalhar ao lado da EcoX para desenvolver a sua nova identidade, o seu novo posicionamento e estratégia de marca, e a sua nova embalagem.

Uma marca pioneira e 100% portuguesa, a EcoX transforma óleos alimentares usados em detergentes de limpeza. Tendo por missão tornar o futuro limpo, uma e outra vez, esta marca dedica-se a desenvolver soluções mais amigas do ambiente.

O rebranding da EcoX conta com 4 meses e já ganhou um Green Good Design Award, atribuído pelo The Chicago Athenaeum Museum of Architecture and Design.

Após meses de pesquisa e desenvolvimento estratégico, André Gouveia, Diretor Geral e Sílvia Silva, Designer Visual da INNGAGE, dão-nos a sua perspectiva de como foi trabalhar neste projeto.

1 . Como foi o primeiro contacto com a EcoX e porque aceitaram este desafio?

André Gouveia: Veio através de uma recomendação. Tínhamos já um longo histórico de trabalho com a Mistolin SA que estava a criar uma parceria com a EcoX e que recomendou os serviços da INNGAGE. Reunimos com o César Henriques e com o Daniel Martins, dois dos sócios e responsáveis pela EcoX, e creio que logo nas primeiras interações houve uma boa química entre nós.

Aceitámos o desafio em primeiro lugar porque sentimos que estávamos alinhados com o propósito desta marca e queríamos tornar o mesmo numa realidade. Em segundo lugar porque gostámos verdadeiramente da equipa da EcoX e na nossa área os projetos só resultam se houver confiança e empatia na equipa. E também porque fruto de todo o trabalho desenvolvido com a Mistolin, temos uma grande experiência na área da detergência, nomeadamente a nível de packaging e estratégia de marca.

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2 . O que vos foi pedido no briefing?

Sílvia Silva: No início do projeto, a ideia era atualizar e encontrar um novo design para a nova embalagem de detergente EcoX. Mas rapidamente percebemos, em conjunto com a EcoX, que era uma boa oportunidade para fazer uma remodelação total a toda a estratégia da marca. Fazer um rebranding e pensar numa nova comunicação que apoiasse e fundamentasse a nova embalagem e que criasse maior impacto nos consumidores.

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3 . Quais foram as fases de todo o projeto?

AG: Começámos com uma profunda investigação em torno do mercado das marcas sustentáveis de detergentes. Foi importante perceber a fundo o estado da arte e entender a forma como a comunicação estava a ser estabelecida com os consumidores. Com este entendimento do mercado, definimos algumas oportunidades estratégicas quer para a marca como para a embalagem, definindo uma visão global e 360º. Depois o processo passou pela implementação dessa visão. Fomos responsáveis pela estratégia de marca e portfólio. Delineámos o novo posicionamento. Desenhámos a identidade. Definimos o keyvisual. Desenhámos a embalagem, os rótulos, as caixas. Criámos o website e a loja online. Estabelecemos as regras de comunicação das redes sociais e estamos atualmente a criar os materiais de POS. Enfim, fomos um verdadeiro parceiro EcoX, desde a estratégia à execução.

4 . Qual é o conceito-chave deste projeto?

AG: O que a EcoX tem de especial, não é apenas ser uma marca sustentável e ecológica. É que a tecnologia da EcoX permite efetivamente dar vida ao conceito de economia circular desde do produto até à embalagem.

A EcoX retira efetivamente óleo alimentar usado do mercado e transforma o mesmo em detergentes para roupa, loiça, entre outros. Isto é mágico. E foi esse conceito que quisemos transmitir com o slogan “o futuro é limpo, uma e outra vez”.

SS: Comunicar com os consumidores que o verdadeiro propósito da EcoX é criar um futuro melhor, infinitamente. A este conceito estão agregados outros três valores, a eficiência/qualidade dos produtos, a informação/reeducação dos consumidores sobre temáticas sustentáveis e a funcionalidade de uma embalagem totalmente reutilizável e pensada para durar e se adaptar aos vários cenários de uso.

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5 . Quais as caraterísticas que destacam da nova embalagem?

AG: Com esta embalagem definimos quatro compromissos. Tinha de ser reutilizável, multifuncional, incorporar material reciclado e disruptiva.

Reutilizável porque pretende-se o uso da mesma em lojas a granel, que pressupõe que o consumidor encha a embalagem as vezes que forem necessárias, evitando assim o consumo excessivo de plástico. Para este efeito procurou-se uma forma mais reta e vertical, estreita, para criar maior resistência nas paredes da embalagem.

Multifuncional porque seguindo o propósito ecológico da marca, queremos que o mesmo molde, o mesmo processo produtivo, a mesma embalagem, dê para vários tipos de produtos. Desta forma, a embalagem está ergonomicamente preparada para ser um pistolado, um produto de louça, roupa ou um produto WC. Assim evitamos um processo industrial para cada tipologia de produto, aumentando o carácter sustentável desta embalagem.

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Material reciclado porque não podia ser de outra forma. Conseguimos, através de um esforço partilhado com a Mplastic e Mistolin, incorporar 50% de material reciclado na composição desta embalagem, dando assim ainda mais força ao conceito de circularidade.

Disruptiva porque sendo a EcoX pioneira no que faz, a embalagem tinha de acompanhar esse posicionamento. A dimensão formal da embalagem acaba por ser um resultado dos três compromissos anteriores.

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6 . O que diferencia/ mais-valia traz a vossa proposta?

SS: O design centrado nas pessoas e na funcionalidade. Todo o processo foi pensado para valorizar a experiência que o consumidor terá com a marca. Quisemos fazer algo cativante e abrangente para chegar a um público maior, mas também algo com que as pessoas se pudessem identificar.

Ao mesmo tempo tem uma componente muito funcional e prática tanto na embalagem como na identidade, rótulos e website, com o objetivo de as pessoas se relacionarem e perceberem facilmente os valores da marca. Saberem porque estão a fazer a diferença e que estão a colaborar para o sistema circular, sem esforço adicional e sem alterar nada da sua rotina habitual. Ou seja, explicar ao consumidor que os produtos sustentáveis podem ser funcionais, eficazes e a um preço acessível.

7 . Qual foi o maior desafio deste projeto?

AG: Julgo que o tempo. Às vezes pensa-se que estes projetos são rápidos e imediatos, mas não. Desde a nossa primeira reunião com a EcoX até ao lançamento da marca passaram-se dois anos. E quando digo que o tempo é um desafio, digo-o porque é preciso ter visão e paciência, para entender que o processo não é linear e que vão existir retrocessos. Às vezes cai-se na tentação de apressar processos e quando isso acontece, diz-me a minha experiência, o trabalho corre mal. Fazer essa gestão de expectativas, entre nós a equipa de design, a equipa da EcoX e todos os fornecedores envolvidos, foi desafiante. Mas correu bem!

8 . Em termos estéticos, que tendências seguiram?

SS: Nenhuma em específico. O nosso objetivo era criar algo atual mas durável e penso que o conseguimos! A marca precisava comunicar de forma eficaz a circularidade e a funcionalidade. Visualmente, para transmitir estes conceitos, optámos por algo muito clean mas com personalidade, apoiado no branco com gradientes em azul e verde. Cores estas que transmitem a ideia de limpeza e a fluidez dos próprios detergentes. Ao mesmo tempo, não podia deixar de transmitir o lado eficiente, daí as formas serem “limpas” e redondas. 

A estilização de partes do logo na forma de um infinito, procura no primeiro impacto reforçar esta ideia de circularidade e renovação. No imaginário optámos por fotos de bem-estar e felicidade, que apela ao lado emocional que as soluções EcoX vão proporcionar.

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9 . Que oportunidades podem trazer um Green Good Design Award?

AG: A atribuição de um prémio de Design traz sempre oportunidades. Mas acima de tudo traz reconhecimento e, neste caso, um selo de qualidade internacional.

O Good Design Award é um prémio histórico e com bastante reputação e a vertente Green deste prémio tem reconhecido vários projetos com impacto a nível de sustentabilidade. Não é um prémio ao aspeto. É um prémio ao impacto e aos resultados que a EcoX traz à sociedade. Isso deixa-nos muito contentes e orgulhosos.

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10 . Como designer, como é trabalhar com uma equipa que possa ter opiniões e ideias diferentes?

SS: Na verdade é uma das melhores partes de trabalhar em equipa. É muito enriquecedor tanto para o projeto, como para a evolução pessoal, partilhar ideias e ter sempre alguém que acrescente uma visão ou interpretação diferente da nossa.

Isto faz com que o projeto seja ainda mais desafiante e tenhas de pensar em soluções ainda melhores, e isso acrescenta muito a todo o processo.

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